Notícias Vendas de bacalhau continuam a subir na distribuição em 2021

Vendas de bacalhau continuam a subir na distribuição em 2021

As empresas consideram que o primeiro confinamento trouxe novos consumidores para a categoria, que continua a crescer em 2021.

O comportamento de pânico dos consumidores, verificado no primeiro confinamento, já faz parte do passado. O cenário de prateleiras vazias, no final do dia, nos supermercados, dissolveu-se no tempo. Ainda assim, o valor e o volume da categoria de congelados continuaram a crescer em 2021, sobretudo no primeiro trimestre, na grande distribuição.

O comportamento dos consumidores registou, por outro lado, alterações do primeiro para o segundo confinamento. O primeiro fica marcado pelo inesperado e desconhecido, lembra Fátima Macedo, gestora de marca da Brasmar. Incerteza que, tal como verificado em outras categorias, conduziu a um grande armazenamento de produto nos lares. “No segundo confinamento, o consumidor já tinha um maior grau de certeza sobre a pandemia e, por isso, teve a capacidade de adaptação e gestão mais racional das suas compras. Não obstante, em ambos os casos, os nossos produtos foram valorizados por atuais e novos consumidores, por fazerem parte de um padrão de alimentação saudável e de elevado valor nutricional, mas também pela conveniência e qualidade que proporciona”, frisa a responsável.

Neste âmbito, os produtos congelados ganharam mais relevo no cabaz dos portugueses ao longo dos últimos 18 meses. “A conveniência, versatilidade e qualidade dos produtos congelados foram a resposta imediata às necessidades de confinamento”, destaca Fátima Macedo. Depois de um grande crescimento da categoria em 2020, o seu consumo estabilizou, mas com mais mercado. “A compra de produtos congelados passou a fazer parte da rotina de compra do consumidor, pelo que, no último confinamento, esta tipologia de produtos manteve a preferência dos consumidores”, explica a responsável.

A transferência do consumo para dentro do lar, de resto, beneficiou transversalmente as vendas da Brasmar, na generalidade do pescado, de cefalópodes e de bacalhau, na distribuição moderna. “As categorias mais vendidas estiveram em linha com o perfil de consumo anterior à pandemia, mas com um acréscimo de procura decorrente do confinamento. Nos períodos de fecho da restauração assistimos também à procura por produtos que normalmente eram consumidos fora do lar”, revela Fátima Macedo.

EXPORTAÇÕES ACOMPANHAM CRESCIMENTO DA CATEGORIA

Não avançado valores, a Brasmar encara as vendas para o exterior como estratégicas para o seu crescimento. Estas já valem 50% da faturação total da marca. “Neste momento, contamos com presença filiais em seis países, sendo eles, Portugal, Espanha, Itália, Noruega, Brasil e Estados Unidos da América, último mercado onde entramos com a abertura de uma nova sucursal na Florida”, conclui Fátima Macedo.

MARCAS DE FABRICANTE MARCAM DINAMISMO DA CATEGORIA 
 
Na Brasmar a maior procura por produtos de gama baixa não se fez sentir. O motivo prende-se com o perfil do consumidor da marca. “Continuou a privilegiar-se o mesmo cabaz de sempre, tendo inclusive, em alguns casos, transferido a sua opção para produtos da nossa gama Brasmar Seleção, razão pela qual temos vindo a incorporar cada vez mais referências e opções nessa gama”, revela Fátima Macedo.

Apesar de não querer avançar com dados relativamente às receitas, a Brasmar assume que encerramento do canal Horeca afetou a totalidade das receitas da empresa na comparação com 2019. “A Brasmar detém uma quota significativa de vendas no canal Horeca. Com o fecho da restauração e o cancelamento de eventos, o impacto da pandemia nas vendas deste canal foi inevitável face ao ano 2019. Em contrapartida, na distribuição moderna a pandemia teve um efeito muito positivo nas vendas face ao ano transato”, assume Fátima Macedo. E explica: “Somos reconhecidos pela qualidade de vários produtos, entre eles, bacalhau e polvo, premiados com o selo Sabor do Ano. Estes produtos premium têm como destino principal a restauração. O fecho do canal Horeca teve obviamente um impacto nas vendas da distribuição tradicional na Brasmar, fundamentalmente nestas categorias de produtos”. A responsável acrescenta, aliás, que já se faz sentir “uma retoma da normalidade” com a abertura da restauração. “As vendas acompanham muito positivamente essa tendência”, indica.

PREÇO DA MATÉRIA-PRIMA SOBE

O desafio não passa apenas pelo aumento do custo matéria-prima. O aumento de custos faz-se sentir ainda em outras áreas da operação da Brasmar. “Sentimos dificuldades no abastecimento da matéria-prima, uma vez que a pandemia afeta também as tripulações, deixando os barcos parados e as fábricas com menos capacidade de processamento”, revela Fátima Macedo. “Todas as matérias-primas registaram aumentos de preço e continuam a subir. Paralelamente à escassez de produto, o custo dos fretes tem sido um dos principais constrangimentos, o que faz com que a conjugação destes aumente o preço para o consumidor final”, conclui.

CONGELADOS RESISTEM À DIMINUIÇÃO DO CONSUMO

A atividade de económica tem vindo a recuperar ao longo dos últimos meses, apesar dos crescimentos homólogos terem abrandado no total da economia, em junho e em julho, não permitindo ainda atingir valores semelhantes aos de 2019. O retalho é a exceção, estando a atividade a ficar ao nível de 2019, segundo dados divulgados pelo INE. É certo que muitas famílias portuguesas ainda estão a depararse com perdas de rendimentos. Mas a categoria de congelados soube resistir.

Da parte da Brasmar, Fátima Macedo revela que empresa pretende continuar a seguir as tendências de mercado e o perfil do consumidor para desenvolver soluções eficazes. “Pretendemos continuar a apostar na sustentabilidade. Afinal, a nossa base de trabalho é o mar. Continuaremos, assim, a promover boas práticas ambientais e trabalharemos para reduzir a pegada ecológica dos nossos serviços e produtos, por exemplo, através da redução da utilização de plásticos e outros recursos naturais, a curto e médio prazo”, revela. Por outro lado, a empresa está apostada em alargar a oferta de produtos considerados como escolha saudável. “Não podemos deixar de destacar a forma como temos trabalhado a tendência para o consumo de alimentos de preparação rápida, e de elevada qualidade. Procuramos estar cada vez mais próximos do consumidor e acompanhar a inovação tecnológica”, conclui.

EMPRESAS NÃO REFREARAM INOVAÇÃO

O contexto é de incerteza desde o final do terceiro trimestre de 2020. Mas nem isso fez as empresas conter o investimento em inovação. Esta está a ser, aliás, conduzida pelas tendências de consumo que se acentuaram nos últimos anos. Da parte da Brasmar, a política de inovação foi reforçada durante a pandemia. “Apostamos, mais do que nunca, numa política assente em inovação. “Acreditamos que a inovação, aliada a qualidade e sustentabilidade da nossa oferta são a base do sucesso da nossa marca”, defende Fátima Macedo.

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