Notícias “O nosso maior foco está na Europa e nos EUA”

“O nosso maior foco está na Europa e nos EUA”

O grupo Brasmar tem vindo a apostar em alargar a presença internacional através de aquisições. Sérgio Reis, administrador da empresa, revela o potencial de crescimento com a aquisição da francesa Sedisal. Em entrevista ao Hipersuper, Sérgio Reis faz ainda um balanço do desempenho da Foncasal e da La Balinesa, empresas adquiridas nos últimos anos.

ENTREVISTA A SÉRGIO REIS, CCO DA BRASMAR

O grupo Brasmar adquiriu, nos últimos anos, a Foncasal e a La Balinesa. A estratégia da companhia passa pelo crescimento orgânico, mas também através de aquisições, como foi o caso recente da francesa Sedisal. Através desta aquisição, cujos valores da transação, não foram divulgados, o grupo português pretende explorar os mercados francófonos e adaptar produtos do seu portefólio a estes mercados. “Está previsto fortalecer o portefólio da Sedisal com mais produtos das empresas do grupo Brasmar que se adequem ao mercado francês”, realça Sérgio Reis. O responsável diz ainda que a empresa está atenta a outros mercados europeus e aos Estados Unidos.

Grande Consumo – O grupo Brasmar adquiriu a maioria do capital da francesa Sedisal. Quando começou o interesse na empresa e quando foram iniciadas as negociações?
Sérgio Reis – O interesse da Brasmar na Sedisal surgiu no início de 2021, sendo que a negociação se iniciou no segundo trimestre 2021.

GC – Que investimentos têm previstos para a empresa?
SR – Sendo a Sedisal uma empresa com uma vertente essencialmente comercial, de momento não estão previstos investimentos significativos.

GC – Estão a ponderar avançar para uma reformulação do portefólio de produtos?
SR – Está previsto fortalecer o portefólio da Sedisal com mais produtos das empresas do grupo Brasmar que se adequem ao mercado francês.

GC– No âmbito da estratégia da Brasmar, que importância terá a Sedisal para o grupo?
SR – A Sedisal terá um contributo fundamental para o crescimento dos produtos das empresas do grupo Brasmar no mercado francês, pois, através da sua rede comercial, teremos melhores condições de divulgação e distribuição dos nossos produtos.

GC – Além da comercialização dos produtos da Sedisal nos mercados francófonos, o objetivo do grupo Brasmar será ainda reforçar a presença dos produtos do seu portefólio nesses mercados?
SR – Exatamente. O nosso objetivo é fortalecer o portefólio da Sedisal com mais produtos das empresas do grupo Brasmar que se adequem ao mercado francês.

GC – O volume anual de negócios da empresa é de 13 milhões de euros. Que objetivos têm em termos de crescimento?
SR – O objetivo da Brasmar será duplicar a faturação da empresa nos próximos três anos.

GC – Como é que a Brasmar pretende acelerar o negócio da empresa? O que é que o grupo, enquanto acionista, acrescentará à empresa?
SR – Sem dúvida que o enorme portefólio de produtos das empresas do grupo da Brasmar será uma mais-valia para a empresa, bem como as grandes capacidades produtivas das nossas unidades industriais, pois permitem acrescentar à Sedisal uma forte capacidade de negociação junto dos seus clientes.

GC – Nos últimos anos, a estratégia de expansão internacional do grupo tem passado por aquisições. O grupo adquire duas empresas espanholas e, agora, uma francesa. O caminho de expansão internacional continuará a passar por aquisições?
SR – A nossa estratégia de expansão internacional passa por crescimentos orgânicos sustentados, não obstante estamos sempre interessados em analisar a possibilidade de aquisições em mercados estratégicos.

GC – Dada a estratégia do grupo, em que mercados pretendem investir?
Olhamos para o mercado de uma forma global, mas podemos assumir que o nosso maior foco está na Europa e também nos Estados Unidos da América.

GC – Quando foi adquirida a La Balinesa, falou-se no objetivo de a empresa crescer a dois dígitos no primeiro ano integrada no grupo Brasmar. Esse objetivo chegou a ser concretizado?
SR – Sim, no ano em que adquirimos a La Balinesa atingimos um crescimento de 14% aproximadamente, sendo que em 2021 fechamos com um volume de vendas cerca de 50% superior ao exercício anterior à aquisição.

GC – Em que mercados os produtos da La Balinesa estão presentes? Como evoluíra mas vendas na distribuição?
SR – Os produtos da La Balinesa estão presentes maioritariamente no canal retail, essencialmente em Espanha e Portugal, representando estes países 95% do seu volume de faturação. Em termos de evolução de vendas, o crescimento deu-se pelo aumento do portefólio de produtos nos clientes existentes e também em novos clientes entretanto angariados.

GC – No caso da Foncasal, as marcas da empresa estão presentes no Horeca e na grande distribuição. A pandemia travou os objetivos de crescimento que tinham para a empresa?
SR – Na Foncasal, a situação pandémica impediu o cumprimento dos objetivos no canal Horeca, todavia superamos os objetivos na moderna distribuição. Um canal compensou o outro, pelo que podemos assumir que, globalmente, atingimos os nossos objetivos.

GC – As exportações das duas empresas foram afetadas com a pandemia?
SR – Os nossos clientes de exportação da Foncasal e da La Balinesa têm uma forte presença na moderna distribuição, pelo que durante este período os resultados na exportação superaram as nossas expectativas iniciais.

GC – Nestes anos, com as empresas integradas no grupo Brasmar, os seus produtos chegaram a mais territórios?
SR – Sim, nomeadamente os da Foncasal, através da marca de produtos refrigerados Nuchar. Falamos de produtos com um prazo de validade mais alargado que os produtos da La Balinesa, possibilitando ampliar a oferta da marca a mercados mais distantes, inclusivamente a clientes já do universo do grupo Brasmar.

GC – Que investimentos têm previstos, no futuro, para as empresas internacionais?
SR – Temos feito e temos previstos continuar a fazer diversos investimentos nas nossas unidades industriais, seja ao nível da melhoria de processos produtivos, da modernização de linhas e de infraestruturas e também do aumento das capacidades produtivas.

GC – No total do grupo, como foi o seu desempenho, em vendas, em 2021, em comparação com 2020?
SR – Em 2021 todas as empresas do grupo registaram um crescimento significativo face a 2020. Relativamente aos resultados consolidados, 2021 foi o melhor ano de sempre, com um volume de faturação superior a 240 milhões de euros.

GC – Que previsões têm para 2022?
SR – Apesar de algumas incertezas face à evolução da pandemia, estamos otimistas e temos como objetivo crescer a dois dígitos em termos consolidados.

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