Valor de ultracongelados sobe a dois dígitos na distribuição
“O canal Horeca, em termos comparativos, não entra para as contas por ter estado encerrado durante meses. Mas, no canal da distribuição alimentar, as empresas que comercializam ultracongelados de bacalhau, pescado ou marisco registaram, em geral, um primeiro semestre positivo. Tanto que, no total do mercado, o valor dos ultracongelados de bacalhau e de peixe registaram um crescimento homólogo a dois dígitos. Mesmo o marisco ultracongelado, ainda que não tenha apresentado um crescimento tão expressivo, cresceu 8% em valor, segundo dados facultados pela Nielsen.
Tendo registado uma evolução favorável em vendas no canal da distribuição durante o primeiro trimestre de 2020, tanto a nível nacional, como internacional, o grupo Brasmar sentiu uma alteração no desempenho sobretudo no segundo trimestre. “Os efeitos da pandemia fizeram-se sentir a partir do segundo trimestre. Nesse período, as vendas da moderna distribuição dispararam, em oposição ao canal horeca, que por consequência do estado de emergência esteve encerrado”, avança Fátima Macedo, brand manager da Brasmar.
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Os números da Nielsen são esclarecedores em relação ao desempenho nas vendas de produtos ultra-congelados durante o ano móvel finalizado a 31 de maio. O bacalhau congelado, durante este período, vendeu 8,4 milhões de quilos, um crescimento homólogo de 7%, num valor de 82,5 milhões de euros, representando uma subida de 14%. O crescimento homólogo do peixe ultracongelado, em volume, foi de 7% para 34,9 milhões de quilos. Já em valor, a subida foi de 13% para 251,9 milhões de euros. Já o marisco apresentou uma subida, em volume, de 7% para 17,7 milhões de quilos. Em valor, o crescimento foi de 8% para 135,4 milhões de euros.
“Sentimos uma elevada procura do consumidor por produtos congelados, dado que os alimentos que comercializamos fazem parte de um padrão de alimentação saudável e possuem um prazo de validade mais longo, entre 18 e 24 meses, sem nunca perder a sua qualidade”, realça a responsável da Brasmar, empresa que comercializa bacalhau, pescado, marisco e cefalópodes.
Normal foi a queda de vendas no canal Horeca, no qual a Brasmar tem um posicionamento premium, em produtos como o bacalhau e o polvo. “Estes produtos premium têm como destino principal a restauração. O fecho do canal Horeca teve um impacto nas vendas da distribuição tradicional na Brasmar, fundamentalmente nestas categorias de produtos. Todavia, sente-se já uma retoma da normalidade e as vendas acompanham muito positivamente essa tendência”, destaca Fátima Macedo.
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Resposta ao confinamento passou por dar resposta a solicitações do mercado
…Os clientes da Brasmar receberam acompanhamento diário por parte da equipa comercial em todas as fases da pandemia. “A Brasmar tem relações comerciais de largos anos, pelo que a relação de confiança estabelecida foi primordial nesta fase. Estamos ao lado dos nossos clientes, acompanhando a evolução das suas vendas, sendo mais que nunca parceiros de negócio”, realça Fátima Macedo. “A postura comercial da Brasmar sempre foi de enorme rigor e só assim conseguimos hoje dar uma resposta capaz e com segurança a todos os nossos clientes e parceiros”, acrescenta.
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…A Brasmar, escusando-se a fazer previsões, aponta apenas objetivos para 2020. “Prendem-se com o reforço da notoriedade do grupo Brasmar enquanto líder no mercado português de produtos do mar e como uma das marcas top 5 no mercado ibérico. Para além da já reforçada posição ibérica, este ano será de afirmação das marcas Brasmar, Nuchar e La Baliesa nos vários mercados nos quais operamos”, refere Fátima Macedo.
Mudança no cabaz de compra dos portugueses
Se o mundo mudou, os consumidores também. Do lado da Brasmar, a empresa sentiu um aumento nas vendas de pescado, cefalópodes e bacalhau.
“Notou-se uma ligeira alteração do cabaz de compra, nomeadamente, pela diversificação de produtos e pela procura de alguns produtos de preço mais reduzido”, explica Fátima Macedo.Salientado que o perfil dos seus consumidores, de classe B, viram os seus rendimentos serem reduzidos, Fátima Macedo destaca que houve uma transferência do consumo para o lar, registando-se aqui um aumento na procura. “Não obstante, as categorias mais vendidas estiveram em linha com o perfil de consumo dos últimos meses, com um acréscimo de procura decorrente do confinamento”, acrescenta. Porém, independentemente da crise sanitária, os consumidores continuam a procurar “soluções rápidas e facilitadoras, que se adequem a um ritmo de vida acelerado”, diz Fátima Macedo. “A tendência para as empresas do setor reside na qualidade e inovação, na apresentação dos seus produtos, bem como numa comunicação eficaz, que possibilite dar a conhecer todas as especificidades e potencialidades do produto a um consumidor cada vez mais informado, exigente e atento”, acrescenta.
Pandemia tem impacto negativo nas exportações
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A aposta da Brasmar na internacionalização é clara. A aquisição, em 2019, da La Balinesa e da Foncasal é a prova dessa estratégia, diz Fátima Macedo. “As exportações correspondem a mais de 50% do volume de negócios, com uma tendência de crescimento significativa dada a abertura de novos mercados e a penetração nos atuais mercados”, refere a brand manager.
Presente em mais de 40 países, o grupo canaliza grande parte das vendas para Itália, Espanha, França e Suiça e Brasil. E a aquisição das duas empresas espanholas veio reforçar a posição no país vizinho. “Vieram fortalecer a presença da Brasmar neste mercado, não apenas no volume de negócios, mas também no aumento da oferta de produtos”, sublinha Fátima Macedo. “Temos outros mercados em desenvolvimento, a região do mediterrâneo e o mercado americano. O primeiro porque faz parte da área de influência da Brasmar e no qual somos um importante player, posição que pretendemos continuar a consolidar. Já o mercado norte-americano apresenta-se como uma oportunidade, dada a sua dimensão e crescente interesse por produtos do mar de alta qualidade”, explica.
Com uma faturação de 230 milhões de euros em 2019, o foco do grupo está na entrada em novos mercados e no reforço da sua posição onde está presente. “A título de exemplo, nos primeiros meses do ano abrimos quatro novos mercados. À data de hoje contamos com filiais em 6 países, inaugurando recentemente uma filial nos Estados Unidos, na Florida, mercado onde pretendemos reforçar a nossa equipa comercial e presença permanente”, conclui.
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