O aumento dos custos da matéria-prima e dos transportes provocaram uma inevitável subida do preço do bacalhau. Porém, em certas empresas o aumento dos custos ainda não se reflete, na mesma proporção, no preço de venda.
Depois de vários anos de estagnação da inflação, os preços estão em alta. E crescem, crescem. No caso da categoria de bacalhau, o aumento dos custos da matéria-prima, do transporte da mesma, da energia e das embalagens estão entre as várias razões para o aumento do preço do produto.
Fátima Macedo, gestora demarca da Brasmar, admite o impacto que os custos inerentes à disrupção na cadeia de distribuição estão a ter no setor. “Contudo, no caso da Brasmar ainda não se refletem, na mesma proporção, nos nossos preços de venda, bem como no preço de venda ao público”, garante a responsável. A conjuntura, porém, não se faz ainda sentir nas vendas da empresa. “Não é tão evidente por estarmos a atravessar a época do Natal, na qual o consumo do bacalhau é mais elevado”, acrescenta.
A Brasmar, estando também a refletir o aumento dos custos no preço dos seus produtos, admite que estes possam vir ainda a aumentar. “Houve uma efetiva necessidade de ajustamento intermédio e caso a tendência de mercado se mantenha será necessário mais um ajustamento até final do ano, início do próximo”, adianta Fátima Macedo.
ADIVINHA-SE NEGOCIAÇÃO COMPLEXA COM A DISTRIBUIÇÃO
Quanto a esta matéria, a posição da Brasmar é um pouco mais cética. “Tradicionalmente já são negociações complexas, mas devido à incerteza do mercado e elevada volatilidade de preços em 2022 afiguram-se ainda mais difíceis”, considera Fátima Macedo. Quanto à margem da empresa, a responsável adianta que a Brasmar avançou com um aumento intermédio de preços para permitir o ajustamento do mercado a nível de PVP’s”. “A Brasmar ainda não refletiu todos os aumentos das matérias-primas e custos logísticos de forma a permitir às empresas de distribuição um ajuste de preços gradual ao consumidor”, acrescenta a gestora gestora de marca da empresa.
VENDAS EM RECUPERAÇÃO
Depois de um 2020 difícil, devido ao encerramento do canal Horeca, as empresas produtoras de bacalhau estão a recuperar gradualmente as vendas. O mesmo sucedeu na Brasmar, que registou um crescimento no volume de negócios em 2020, quer pela abertura dos restaurantes por um maior período de tempo, quer pela possibilidade de expedição através do regime de take-away”, diz Fátima Macedo. “Contudo, o impacto mais positivo fez-se sentir a partir de setembro, emque terminaram as restrições do limite de número de pessoas e a exigência de certificado digital ou teste negativo nos restaurantes e hotéis”, detalha. Até ao final do ano, mesmo com as novas restrições impostas pelo Governo ainda em funções, é “naturalmente expetável fechar o exercício com uma melhoria em relação ao ano anterior”, “essencialmente por via do aumento de vendas em volume, mas também pelo incremento do valor unitário dos artigos”, acrescenta a responsável de marca da Brasmar.
DESEMPENHO NA DISTRIBUIÇÃO POSITIVO
No caso da Brasmar, na comparação com o período homólogo de 2020, as vendas registaram uma subida na casa dos dois dígitos, sobretudo o bacalhau demolhado. O motor do crescimento das vendas da empresa estão a ser os lombos de bacalhau. “Tradicionalmente, existe maior procura por este produto em detrimento de outros. Outro fator que tem contribuído muito para este aumento é o reconhecimento de qualidade pelo consumidor. A Brasmar foi reconhecida pelo segundo ano consecutivo com o selo Sabor do Ano, em Lombos e Postas de Bacalhau demolhado”, recorda Fátima Macedo. A responsável garante, por outro lado, que o prémio está a fazer muito pelas vendas do produto. “Esta distinção reforçou a sua posição enquanto empresa especialista na área. Este prémio tem impacto nas vendas, uma vez que o prémio é eleito diretamente pelos consumidores que avaliam numa prova cega, o sabor, aspeto, odor, textura e satisfação global do produto”, explica.
EMPRESAS APOSTAM EM NOVOS PRODUTOS
No caso da Brasmar, a empresa está a investir em produtos que vão ao encontro das atuais tendências de consumo. “No que concerne ao bacalhau, a tendência é termos cada vez mais produtos elaborados, de fácil preparação e confeção como por exemplo os lombos sem espinhas. Ressalvar ainda a opção por produtos de maior conveniência, para consumo individual e de preparação fácil, nomeadamente, em produtos de quarta e quinta gama”, adianta Fátima Macedo.
Ver artigo completo aqui.