Queremos ser líderes nas áreas em que atuamos
O nome do Grupo não tem a notoriedade alinhada com o desempenho, porque, a verdade é que o Vigent Group – Holding por baixo da qual atuam a Metalogalva e a Brasmar – tem uma unidade de produção em Portugal e lá fora, exporta para 15 países e fechou 2016 com 230 milhões de euros de volume de negócios. E não quer ficar por aqui…
É multi-produto, multi-sectorial e multi-País. O Vigent Group começou no aço, mas hoje estende ao peixe congelado. Iniciou-se em Portugal e tem operações em 15 mercados externos como Polónia, Alemanha, Brasil ou Argélia. Em 2016, as empresas do Grupo – Metalogalva e Brasmar – geraram um volume de negócios de cerca de 230 milhões de euros, num crescimento de 19% face ao ano anterior. A Metalogalva assume operações em 11 países, tem unidades industriais em Portugal, Ucrânia e Argélia e responde por uma taxa da exportação de 72%. Até ao final do ano prevê investir 4 milhões de euros e, até 2019, alcançar os 100 milhões de volume de negócios. Já a Brasmar, registou mais de 150 milhões de euros de facturação em 2016, dos quais 70% dizem respeito a produtos do mar e 30% a transformação e comercialização de bacalhau. Tem presença directa em quatro países, unidades industriais em Portugal e na Noruega e prevê alcançar, até 2019, 200 milhões de euros em volume de negócios. Sérgio Silva, CEO do Grupo não esconde a ambição: ser líder nas áreas em que actua!
Os investimentos do Vigent Group abarcam a engenharia e o comércio de produtos do Mar. Como se articulam?
O Vigent Group, enquanto holding, tem objectivos estabelecidos transversais às É GESTÃO diferentes áreas onde actua com as suas empresas, procurando fazer uma gestão eficaz com o foco na criação de valor e na sustentabilidade dos negócios, num ambiente justo e de prosperidade entre todos os stakeholders. Pretendemos ser líderes nas áreas onde actuamos e reforçar as nossas empresas com a cultura do grupo em fortes valores humanos e éticos, que promovem o potencial de toda a estrutura. Com a Metalogalva, a mais antiga empresa do grupo, que se destaca na área da Engenharia e Protecção de Aço e que dispõe da maior capacidade instalada, a nível nacional, em protecção de superfícies em aço por galvanização, é um dos principais players europeus na produção de colunas de iluminação pública e de outras estruturas ligadas a áreas como a do transporte de energia, renováveis, telecomunicações, rodovias ou ferrovias. A Metalogalva está com operações distribuídas por 13 países, entre Portugal, Espanha, França, Polónia, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Senegal e Moçambique. Por outro lado, com a Brasmar somos já líderes no sector alimentar de produtos do mar congelados. Temos empresas em quatro países – Portugal, Espanha, Noruega e Brasil – e ocupamos um dos lugares cimeiros da Península Ibérica nas empresas de produtos do mar.
Mas o que é que levou o Grupo – originalmente apenas e só focado na metalurgia – a diversificar?
O negócio na área da Engenharia e Protecção de Aço remonta aos anos 70, com o meu pai Adelino Silva e o meu tio Joaquim Silva, a primeira geração da gestão da empresa. Ao longo dos anos, a Metalogalva foi-se destacando a nível europeu, e, recentemente, acabou por se instalar também no Brasil e Ucrânia. No início dos anos 90, fruto do empreendedorismo dos fundadores e de relações familiares no Brasil surgiu a oportunidade de investirmos em produção de camarão em aquacultura, levando à criação da Brasmar em Portugal. Inicialmente para vender o camarão produzido no Brasil e, mais tarde, alargando a nossa base de produtos a tudo o que está relacionado com o mar. Já em 2010, a internacionalização ganhou lugar primordial na nossa estratégia. A prazo, é previsível alargar a outras áreas? Não faz parte do plano estratégico actual do grupo o alargamento a outras áreas de negócio. Concentraremos a nossa atenção e foco nas duas que temos.
Sendo um grupo multiproduto e multissectorial, até que ponto é que este posicionamento dificulta a sua apresentação/ comunicação ao mercado? E como é que é contornado?
O Grupo tem uma política de controlo de gestão rigorosa e centralizada mantendo, contudo, as suas operações autónomas e devidamente alinhadas com os objectivos e a estratégia estabelecidos. Existe uma estratégia transversal, devidamente promovida pela holding, onde se procura que haja uma única cultura empresarial de grupo, com adaptação a cada negócio.
Em 2016, as sociedades participadas geraram um volume de negócios global de cerca de 230 milhões de euros e as previsões apontam para os 300 milhões em facturação até 2019. O que é que ditará este crescimento? A entrada em novos mercados?
Estamos continuamente a investir em novos mercados, mas de forma consciente e sustentada. Desde final de 2016, na Metalogalva, fizemos investimentos significativos em unidades de produção no Brasil e na Ucrânia, por considerarmos que são países estratégicos neste sector onde actuamos. Conseguimos bons resultados a nível nacional e internacional através da nossa participação em projectos de grande dimensão. Somos já líderes de mercado na Bélgica, somos o segundo fornecedor na Alemanha e em França temos uma posição relevante. Ao nível de projectos, por exemplo, estamos com um muito interessante na Islândia. Estamos a construir torres de transmissão de energia que foram pensadas e desenhadas por um conceituado arquitecto. São em forma de árvores com diferentes tonalidades para que se confundam com o ambiente circundante, tratando-se de produtos com alto valor agregado. No caso da Brasmar, chegamos a mais de 1000 clientes. Estamos entre os cinco maiores players da Península Ibérica em venda de produtos do mar congelados e a alargar cada vez mais as nossas fronteiras físicas, bem como a nossa oferta. Mais de 50% da nossa facturação é para exportação. Acredito que o nosso crescimento se deve à qualidade da nossa oferta, ao know-how adquirido, à nossa paixão pelos produtos do mar, à tecnologia e processos desenvolvidos, bem como à competência e capacidades de gestão que as nossas equipas vêm revelando. Claro que os colaboradores são os nossos maiores embaixadores. Estando no segundo semestre, já me pode avançar se as estimativas se estão a cumprir… Sim, as nossas previsões estão neste momento a ser cumpridas.
Mas qual será o crescimento face ao ano passado?
A nível global, o Vigent Group, no ano passado facturou 230 milhões de euros e prevemos atingir os 300 milhões de euros de facturação/ano até 2019. Com a Metalogalva, em 2017, contamos ultrapassar os 90 milhões de facturação e com a Brasmar iremos atingir cerca de 170 milhões. Qual a área com melhor desempenho? A Metalogalva e a Brasmar pertencem a sectores muito distintos, pelo que não se pode fazer uma comparação linear. Ambas têm registado um crescimento significativo, dentro, mas sobretudo fora de Portugal, e mantêm um excelente potencial de desenvolvimento. Mais de 50% de toda a actividade do grupo chega dos mercados externos, até onde pode ir o crescimento lá fora? Entendendo a importância dos mercados externos e estando nós, continuamente, a monitorizá-los, estamos abertos a avaliar novas oportunidades de negócio que possam ser interessantes: desde aquisições, incremento das exportações ou parcerias locais. Trabalhamos todos os dias para reforçar a internacionalização.
O Vigent Group tem operações distribuídas por mais de 15 países. Quais os mais relevantes?
Todos os países onde operamos são relevantes. 85% das vendas da Metalogalva são no exterior ou para o exterior e com a Brasmar a exportação ultrapassa já os 50% do seu volume de negócios.
Mas em que mercados é que faria sentido entrar, a curto-médio prazo?
Além das recentes unidades de produção da Metalogalva criadas no Brasil e Ucrânia, também estamos a trabalhar para nos implementarmos no Médio Oriente. Em relação à Brasmar, estamos activos e atentos a oportunidades de aquisição na Europa.
Como é que são trabalhados os mercados externos? Têm operações locais?
No exterior temos empresas meramente comerciais em vários países, e também unidades industriais. No entanto, procuramos sempre recrutar equipas ou encontrar parceiros locais especializados e detentores de um forte conhecimento do mercado local. Para entramos num mercado novo precisamos estar familiarizados com o marco regulatório, fiscal, legal, cultural do país, de modo a contornar os desafios inerentes a todo o processo. O mesmo acontece quando exportamos apenas. Nesse caso, garantimos que as nossas equipas têm um entendimento claro do produto que é solicitado, tendo por base as especificidades e características do mercado em questão.
Tendo em conta que a estrutura orgânica conta com mais de 1.000 colaboradores, como é que se distribuem pelas diferentes áreas?
A Metalogalva conta com cerca de 650 colaboradores e a Brasmar com 400, distribuídos pelas diversas unidades de produção. Na holding, contamos com cerca de 50 colaboradores. E que crescimento a este nível? Todos os dias temos mais colaboradores nas nossas empresas. Este número é tudo menos estático, mas sempre no sentido crescente. A verdade é que com a retoma económica, temos sentido alguma dificuldade no recrutamento de elementos com a qualidade desejada.
O ano passado, o Grupo avançou para um rebranding profundo. Era determinante para melhor se posicionar e ganhar notoriedade no mercado?
Este rebranding é fruto da nova realidade e estratégia de grupo. A Metalcon dá origem a Vigent a partir do momento em que deixamos de ser um grupo só ligado ao metal, passando a ser um grupo com negócios distintos com uma cultura comum que procura a criação de valor e ser líderes naquilo que faz. Podemos dizer que a criação da nova marca visa alargar horizontes e posicionar a holding além-fronteiras, como um grupo sólido, robusto e de referência nos sectores em que opera e com uma forte componente internacional. Vigent significa vitalidade, honorabilidade e prosperidade, que o nosso lema – “Prospering together” – pretende transmitir.
O que é que apontaria como grandes diferenciadores do Vigent Group – nas suas diferentes áreas – face a todos os restantes players no mercado?
Procuramos ser os melhores em todas as áreas onde estamos. Somos ambiciosos, mas também somos muito conscientes. Acompanhamos as tendências mais inovadoras e as políticas de gestão mais sustentáveis. Temos uma cultura fortemente baseada em valores humanos e éticos. A segurança com que actuamos diariamente não significa que sejamos avessos ao risco. O negócio é feito disso mesmo. Temos uma boa estrutura orgânica e um plano estratégico muito claro, ambicioso, rigoroso e a ser cumprido e adaptado em paralelo com as mudanças que se vão registando neste mundo cada vez mais rápido e complexo.